sábado, 10 de dezembro de 2016

Em busca de alternativas, comunidades experimentam com a produção de chocolate e mingau de babaçu


Trabalhador colhe cacau em plantação em Medicilândia (PA)

Não é só madeira, ouro e gado que circulam pela Transamazônica paraense. Sob potentes ares-condicionados, uma fábrica está transformando em chocolate parte do cacau de Medicilândia, cidade a 537 km em linha reta de Belém, o maior produtor nacional da fruta...
 Perto de Uruará (a 635 km de Belém, em linha reta), a castanha-do-pará já sai da floresta embalada, e pequenos agricultores complementam a renda vendendo farinha de babaçu para escolas municipais.

Com o bombom de cupuaçu como carro-chefe, a cooperativa Cacauway funciona há seis anos às margens da rodovia, em Medicilândia. Matéria-prima não falta: no ano passado, o município, que tem um dos solos mais férteis da Amazônia, produziu quase 42 mil toneladas, o triplo da segunda colocada, a mais famosa Ilhéus (BA).

Atualmente, apenas a cooperativa, com 40 sócios e 15 funcionários, fabrica chocolate na região. Os números são ainda modestos: a unidade processa cerca de 22 toneladas de cacau/ano, e a produção é vendida apenas nas seis lojas próprias espalhadas pelo Estado do Pará.

Apesar da pequena escala, o dirigente da Cacauway e ex-vereador de Medicilândia, Ademir Venturin, afirma que a cooperativa indica caminhos alternativos e mais sustentáveis para a cidade, cuja receita municipal vem quase toda de repasses (93%) e amarga o 5.245° lugar (de um total de 5.281) no ranking de eficiência da Folha (REM-F).

“Está testado: é possível garantir agricultura familiar, ter atividades que vivem harmoniosamente com o meio ambiente, gerar emprego e renda, fixar o homem no campo e oferecer resultados de cacau e chocolate com agregação de valor excelente”, afirma Venturin.

No campo ambiental, os defensores do cacau afirmam que, embora o plantio seja em áreas desmatadas, o cultivo, perene, é menos agressivo do que culturas como a cana, a fracassada aposta inicial para a região. Não há uso do fogo e, por causa da necessidade de sombreamento da planta, o reflorestamento é praticamente obrigatório.

Fonte:Folha de São Paulo

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