sábado, 7 de janeiro de 2017

Baianas criam marca de biquíni com R$2 mil e apostam no e-commerce para conquistar clientes

 
Foto de divulgação

A vontade de encarar o desafio falou mais alto que o medo do novo. Renata e Ellen então apostaram em uma marca de biquíni artesanal com modelagem discreta, atual e jovem.

"Eu adorava o meu trabalho, tinha muita ligação com o público e gosto muito do que eu estudei para fazer. Foi horrível a notícia da demissão, mas Ellen me deu muita força. Eu me apeguei à 3Mares e segui em frente", conta a jornalista Renata Santiago...

Segundo Ellen, a ideia de criar uma empresa nasceu de um comentário despretensioso. "Eu falei meio que da boca para fora: 'Vamos vender alguma coisa, vamos montar uma empresa'. E quando ela ouviu isso, ela levou a sério e disse: 'vamos vender biquini na internet'. A partir desse momento, eu internalizei, pois senti que era uma coisa que eu ia amar fazer", disse a publicitária Ellen. 
Para vender as peças, a dupla criou uma loja online em uma plataforma segura e de baixa manutenção. A relação com a clientela é estritamente virtual e feita pelas redes sociais. Em oito meses, a marca tomou forma, identidade e adeptos.
"Gostamos muito de praia, somos muito conectadas com a natureza e, além de tudo, é tendência, e a gente sabe que é um produto que todo mundo compra", explicou Renata Santiago sobre a escolha do segmento.
Para começar, as baianas dividiram o investimento inicial para pagar costureira, comprar embalagens, etiquetas, botões, linhas e elásticos. Renata, que tirou a parte do recurso dela da rescisão trabalhista, é quem fica responsável pela finalização e acabamento das peças. Enquanto isso, Ellen administra a loja on-line hospedada na plataforma Iluria. O custo de manutenção mensal fica em R$9,90. Ellen também cuida do design das peças publicitárias usadas para divulgar a marca nas redes sociais e da fotografia.
Jovens empreendedoras administram empresa no home office montado nas casas das duas 
(Foto: Kivia Souza/Correio)
Como todo negócio inicial, a empresa pede atenção integral. Por isso, a dupla se divide para atender às clientes em tempo real e tirar dúvidas sobre compra e entrega. Para os clientes de Salvador, a entrega é feita pessoalmente. Já para atender os compradores de fora, elas criam atrativos para facilitar a venda e incentivar a compra, como frete grátis e descontos.
Além disso, elas ainda arranjam tempo para comprar matéria-prima, acompanhar a produção de perto e organizar as finanças juntas. Tudo é colocado no papel para não perder o controle. Como a empresa é nova e possui fluxo de caixa muito variável, as empreendedoras são bem cuidadosas.
Elas focam na demanda e só produzem de acordo com as vendas, que são crescentes. Mas isso não impede que elas tragam novidades e renovem a vitrine de produtos. Segundo Ellen, uma nova coleção já está sendo produzida.
As sócias da 3Mares ainda não pararam para fazer capacitação para poder gerir o negócio sozinhas. Por conta disso, elas contam com a ajuda do marido de Renata e do namorado de Ellen para organizar planilhas e negociar com vendedores na hora de comprar a malha dos biquínis.
"Falamos sempre que nossa equipe tem cinco pessoas. Nós duas, nossos companheiros e nossa costureira. Foi uma equipe que nasceu junta", comemora Renata.
Estilo


As estampas ainda não são exclusivas, mas são cuidadosamente selecionadas pelas sócias. A modelagem das peças segue a tendência do biquíni coração ou ripple, que leva um elástico na vertical na parte de trás da calcinha e possui franzido nas bordas. O modelo virou febre entre as baianas e já é queridinho até entre as famosas. O segredo da peça é modelar o corpo deixando as curvas mais femininas sem ser vulgar. 

"A nossa costureira tem experiência de muitos anos, mas nunca tinha feito esse tipo modelagem. Não queríamos ser uma marca com peças vulgares. Ela aceitou o desafio e deu super certo", explica a jornalista. Ainda de acordo com Renata, além do modelo cortininha a marca também oferece o top cropped, peça que traduz o estilo do público-alvo. 
"Quando a gente pensou em fazer a marca, pensamos em vender um estilo de vida. Não é uma marca qualquer, tem uma identidade. Não é legal fazer qualquer coisa, sem ter cuidado com o consumidor", fala Ellen. Algumas peças levam detalhes em crochê feitos por Renata.
Conquistando o cliente


Para dar confiabilidade ao cliente, as empresárias apostam nas redes sociais. Elas publicam fotos de clientes que usam ou que compraram produtos da marca. "Você não pode lançar uma marca e esperar que todo mundo confie em você. Quem tá do outro lado pensa se você vai mandar mesmo o produto. Como é que a pessoa vai ter confiança? vendo outra pessoa usando. Não tem como fazer sucesso de uma hora para outra", explica a publicitária Ellen.

"A gente usa o biquíni. Vamos para praia juntas, tiramos fotos e postamos. Sempre tentamos mostrar que o nosso cotidiano está em torno da 3Mares. Não é só um comércio, não é só faturar é a essência do que a gente vive", completa Renata.
Fonte: Correio da Bahia

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