Bloqueio de celulares piratas começa no Brasil
Medida busca coibir uso de aparelhos adulterados, clonados ou sem certificado; programa chegará a São Paulo em setembro
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Os usuários que já possuem aparelhos móveis irregulares habilitados não serão desconectados, caso não alterem o seu número (Foto: Reprodução/Pexels) |
A partir desta quinta-feira, 22, as operadoras de telefonia móvel de Goiás e Distrito Federal começarão a bloquear celulares piratas...
A medida, aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
será estendida a todos os estados até março de 2019, e tem o objetivo
de coibir o uso de telefones móveis não certificados, com IMEI (do
inglês International Mobile Equipment Identity) adulterado, clonado ou
outras formas de fraude.
O bloqueio, porém, só vale para aparelhos registrados a partir de 22 de fevereiro. Quem habilitar um celular irregular receberá uma mensagem dizendo que o aparelho vai parar de funcionar em 75 dias – nos dois primeiros estados, o bloqueio só será efetivado a partir de 9 de maio.
Em São Paulo, as mensagens começarão a ser encaminhadas em 23 de setembro; já o bloqueio
deve ocorrer em 8 de dezembro. Além do Estado, os usuários de Acre,
Rondônia, São Paulo, Tocantins, Região Sul e demais estados da Região
Centro-Oeste também farão parte da segunda parte do programa. Na
terceira, prevista só para 2019, estão RJ, MG, ES, os demais estados da
região Norte e todos os estados do Nordeste.
Os usuários que já
possuem aparelhos móveis irregulares habilitados não serão
desconectados, caso não alterem o seu número. Segundo a Anatel, os celulares
comprados no exterior continuarão funcionando no Brasil, desde que
sejam certificados por organismos estrangeiros equivalentes à agência
reguladora brasileira.
Todos os celulares
em uso no Brasil devem ser certificados ou ter sua certificação aceita
pela Anatel. Segundo o órgão, esses aparelhos passam por uma série de
testes de segurança antes de chegarem às mãos do consumidor, para que o
produto seja o mais confiável possível e não cause problemas à saúde,
nem afete as redes de telecomunicações.
“Aparelhos irregulares
podem ser perigosos para a saúde do usuário por apresentarem grande
quantidade de chumbo e cádmio, não possuírem garantias em relação a
limites de radiações eletromagnéticas e utilizarem materiais de baixa
qualidade”, explicou a agência reguladora. Segundo a agência, cerca de
um milhão de novos aparelhos entram nas redes das operadoras todos os
meses.
Roubos e furtos
Para o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), além do bloqueio, devem ser adotadas outras medidas para o combate ao mercado irregular de telefone celular,
reforçando a segurança dos aparelhos, no processo de fabricação, para
evitar que sejam adulterados ou tenham o seu IMEI modificado ou clonado.
Segundo
o sindicato, as prestadoras têm aperfeiçoado o controle dos
equipamentos utilizados em suas redes e, desde o ano 2000, mantêm em
funcionamento o Cadastro de Estações Móveis Impedidas (Cemi), um banco
de dados que registra o número de IMEI do celular bloqueado por furto, roubo e extravio, impedindo que ele seja usado por outra pessoa.
Para
bloquear um aparelho, o consumidor deve ligar para sua prestadora e
fazer a solicitação. Não há mais necessidade de fornecer o IMEI, apenas o
número do celular. Além disso, quem perdeu o celular e, depois de bloqueá-lo, reencontrou o aparelho, pode fazer o desbloqueio ligando novamente para a prestadora.
Entretanto,
segundo o SindiTelebrasil, muitos desses aparelhos passam por um
processo de fraude, tendo o IMEI adulterado ou clonado de um celular
regular. “Hoje, o aparelho roubado ou furtado somente possui valor no
mercado paralelo porque a clonagem do IMEI é fácil”, informou o órgão.
“Essa
é uma falha que só pode ser corrigida na origem, na fabricação dos
equipamentos, implantando mecanismos de segurança, que impeçam a
adulteração”. Para o sindicato, deve haver um esforço conjunto do
governo, da Anatel, dos fabricantes de aparelhos celulares e das prestadoras de telefonia celular para que haja evolução nas discussões deste problema e no combate ao mercado irregular.
Fonte:pegn
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