Cotidiano: Só escravidão deve superar moto em destruição social, diz sociólogo
O engenheiro e sociólogo em Eduardo Vasconcelos na Flips em 2011 |
“É difícil encontrar na história do Brasil, fora a escravidão, um fenômeno social tão destrutivo quanto a motocicleta”,
afirma o engenheiro e sociólogo Eduardo Alcântara Vasconcellos,
especialista na análise de dados sobre o trânsito nas cidades. Autor do
livro recém-lançado “Risco no trânsito, omissão e calamidade” (ed.
Annablume), Vasconcellos se refere às mortes registradas em acidentes de
motos. Em 2015, 74% dos pedidos de indenização por morte ou invalidez
no trânsito de São Paulo se originaram de acidentes com motocicletas,
que representam apenas 19% da frota de veículos no Estado. Desde a
introdução da motocicleta no Brasil, pelo menos 220 mil pessoas morreram
e 1,6 milhão ficaram permanentemente inválidas devido a quedas e
colisões com as motos, totalizando 1,8 milhão de acidentes. Os dados
integram uma radiografia feita por Vasconcellos no livro. Em 300 anos de
escravidão no Brasil, estima-se que cerca de 640 mil negros morreram
durante o deslocamento transatlântico forçado por traficantes, segundo
um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Emory, em
Atlanta, nos Estados Unidos.
Leia a reportagem na Folha de S. Paulo.
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