A cura da TPM pode estar mais próxima do que você imagina
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Foto de divulgação |
Se você é mulher e está lendo esta notícia atrás de soluções para a
sua TPM, você não está sozinha nessa busca. Mais de 80% das mulheres
reclamam de irritação, depressão e ansiedade nos dias que precedem a
menstruação...
A tensão é tão forte que 2 em cada 10 mulheres precisam de
antidepressivos e sofrem de dores musculares, enxaquecas e fadiga
durante o período. Até pouco tempo atrás, se acreditava que esse efeito
sísmico no organismo feminino era resultado de alterações químicas no
cérebro causadas pelas variações hormonais.
No entanto, cientistas acabam de descobrir que essas mudanças
hormonais que acontecem antes da menstruação alteram radicalmente a
forma como os genes funcionam. Durante esse período, alguns genes que
deveriam ser mais enérgicos não agem e outros que supostamente deveriam
ficar adormecidos tornam-se muito mais ativos. Ou seja, não se culpe
pelas mudanças de humor durante sua TPM, algumas mulheres não são
biologicamente capazes de controlá-las.
Cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH)
comemoram a descoberta como um marco para a medicina feminina porque
prova, pela primeira vez, que elas não estão apenas sofrendo alterações
de humor. Mas que existe toda uma articulação do organismo durante a
TPM.
“Este é um grande momento porque mostra que as moléculas das mulheres
respondem diferente estímulos dos hormônios sexuais – não apenas os
comportamentos emocionais que devem ser capazes de controlar
voluntariamente”, afirma o médico David Goldman, da NIH.
Os pesquisadores acreditam que as mulheres que sofrem de TPM são
geneticamente mais sensíveis às alterações hormonais que acontecem
durante o ciclo menstrual, e esse pode ser um caminho para encontrar a
cura ou, pelo menos, formas de aliviar os sintomas desse período.
Para testar a sensibilidade das células das mulheres às mudanças
hormonais, os cientistas estudaram os leucócitos do sangue de
voluntárias que apresentavam TPM com sintomas graves e comparam aos
leucócitos de mulheres que não sentiam tanto os efeitos da tensão
pré-menstrual. Eles decidiram analisar os leucócitos(células
sintetizadas na medula que protegem o corpo contra infecções, doenças e
alergias), também conhecidos como células brancas, por apresentarem
estruturas semelhantes às células cerebrais.
A equipe descobriu que, apesar do estrogênio e progesterona estarem
em níveis normais nas mulheres que sentiam mais os efeitos da TPM, a
maneira como o corpo delas reagiu a essas substâncias foi completamente
distinta da reação apresentada no corpo daquelas que sentem menos
sintomas antes da menstruação.
Nas primeiras, eles perceberam que um conjunto de genes conhecido
como complexo ESC/E(Z) mudou suas funções: quando expostos à quantidades
maiores de estrogênio(o hormônio que atua até o 14º dia do ciclo
menstrual), alguns genes não desempenharam suas atividades.
E, em contato com a progesterona (hormônio que prepara o corpo para a
gravidez) aqueles que deveriam ter ficado inertes tornaram-se mais
ativos. Ou seja, a TPM bagunça os genes ativados ou desativados pelo
ciclo menstrual.
A partir desses resultados, a equipe do NIH pretende se dedicar mais a
entender a forma como os hormônios impactam os neurônios que transmitem
a dor e, assim, conseguirem barrar esse abalo sísmico de dor que a
maioria das mulheres é obrigada a conviver mensalmente.
Fonte: Superinteressante
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