'Apenas perdedores precisam pagar anúncios', diz publicitário sueco
O marketing no futuro será como
sexo, apenas perdedores precisarão pagar. A frase do publicitário Jon
Bond publicada em 2010 pela revista americana "Fast Company" é uma
profecia que já se tornou realidade...
De acordo com o especialista em publicidade Anders Sjöstedt, "se a sua ideia é interessante o suficiente, não precisa pagar pelo marketing."
De acordo com o especialista em publicidade Anders Sjöstedt, "se a sua ideia é interessante o suficiente, não precisa pagar pelo marketing."
Sjöstedt fala com a experiência de quem sabe como o mercado funciona tanto na teoria quanto na prática.
Ele é cofundador da Minc, uma das principais incubadoras de
negócios da Europa, fundou a operação americana da conceituada escola
sueca de negócios digitais Hyper Island, é dono da empresa de beleza
Martinsson King e de uma pousada na Espanha.
Em sua palestra no youPIX CON, evento sobre cultura digital
ocorrido na quarta (28), o sueco falou sobre como a tecnologia mudou o
funcionamento do mercado e a definição de valor, e por que é preciso
entender isso para se tornar indispensável em um mundo cada vez mais
efêmero.
MUDANÇA
A apresentação de Sjöstedt começou mostrando a capa de uma edição
de 1997 da "Fast Company" que tinha como tema 'mudança'. De acordo com
ele, mais de dez anos depois, as mudanças são as mesmas que discutimos
hoje. A diferença é que, se em 1997 mudar era uma opção, agora é a
norma.
Um exemplo de como o mercado mudou está no fato de a "maior
companhia de táxis", o Uber, não ter carros. Para Sjöstedt, a chave para
entender o porquê de isso ter acontecido é perceber que o Uber não se
vê como companhia de táxi, mas como uma companhia que vende viagens
rápidas e em segurança com conforto.
De acordo com Sjöstedt, é preciso deixar de acreditar na ideia
-para ele ultrapassada- de que o valor de uma empresa está no que ela
faz, e perceber que esse valor é o que o público se importa, tem
interesse. "As pessoas precisam se interessar por você, no caso de um
jornal, por exemplo, é bem mais interessante dizer que ele cria
influenciadores do que dizer que produz notícias. E, a partir disso,
fica mais fácil enxergar outros negócios para investir, ligados ao mesmo
valor", explica.
Segundo ele, as mídias sociais podem ser boas aliadas por
permitirem saber o que os clientes falam, não só sobre a sua empresa,
mas também sobre os concorrentes. "A partir disso, o próximo passo é
entender o que as pessoas valorizam e tentar ser a empresa que vai criar
aquilo, ser indispensável".
Um exemplo de empresa que conseguiu se adaptar à nova lógica é a
Lego. Em 2003, a Lego estava em crise. Hoje, não só se recuperou, como
passou as maiores empresas do segmento. Sjöstedt explica que a virada
aconteceu quando o produto da Lego deixou de ser blocos de plástico e
passou a ser "inspirar e desenvolver os construtores do amanhã".
Sjöstedt também explicou como a Lego conseguiu ter uma ideia
interessante o suficiente para receber marketing gratuito. Com o
programa Lego Ideas, os clientes podem apresentar propostas de novos
produtos criados com Lego, caso o projeto receba o apoio de outros 10
mil clientes, é avaliado pela empresa, que produz os melhores projetos.
"O que os clientes que criaram o projeto recebem? Honra. O que a Lego
recebe? Visibilidade, fica sabendo o que os consumidores querem, e
claro, lucra com a venda dos novos produtos."
Fonte:FOLHAPRESS
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