Após assédio de taxista, empreendedora cria “Uber” para mulheres
Da esquerda para direita: Raquel Correa, Bianca Saad e Gabriela Correa, sócias do Lady Driver, o "uber" para mulheres (Foto: Divulgação) |
Muitas mulheres não se sentem seguras utilizando alguns tipos de serviços. Em março de 2016, Gabriela Correa sentiu isso na pele. Ao chamar um táxi por um aplicativo,
o taxista a assediou. Ao sair do carro, Gabriela decidiu que não queria
que outras mulheres se sentissem daquela maneira. Foi assim que surgiu a
ideia do aplicativo Lady Driver...
Basicamente, o Lady Driver é um app de mobilidade urbana destinado
somente para passageiras mulheres e com motoristas mulheres. “Além das
passageiras, descobri que as motoristas também se sentiam muito carentes
por esse serviço. Elas não se sentiam acolhidas nos aplicativos
comuns”, diz. O aplicativo, lançado neste mês, demorou um ano para ficar
pronto.
Gabriela tem um histórico empreendedor.
Já teve uma oficina mecânica com seu pai, depois abriu sua própria
empreiteira, mas nos últimos anos trabalhava na Odebrecht. “Com a crise
na área de construção civil, fiquei desempregada. Tive a ideia logo em
seguida e foi ótimo porque montar uma empresa enquanto empregada é muito
difícil”, conta a empreendedora.
Gabriela
conta com duas sócias na empresa, sua irmã Raquel e sua cunhada Bianca
Saab. Atualmente, a Lady Driiver conta com 15 funcionários e mais de 2
mil motoristas cadastradas. Para chegar nesse número, foram atrás de
mulheres que buscavam mais segurança em suas corridas. “Estamos nas
redes sociais desde maio de 2016 procurando as clientes e motoristas.
Hoje, com a empresa consolidada, elas mesmas nos procuram”, diz.
O Lady Driver é o 5º aplicativo a ser permitido na cidade de São
Paulo ao lado de Uber, Cabify, 99 Taxi e Easy Taxi. “Recebemos a
autorização no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher”, afirma
Gabriela.
O Lady Driver exige alguns pré-requisitos para a
aprovação da motorista. Todas as profissionais cadastradas devem ter
carteira de motorista com a declaração EAR (exerce atividade
remunerada), o veículo deve possuir ar condicionado, ter quatro portas e
com ano de fabricação acima de 2008. Além disso, a empresa também
pesquisa os antecedentes criminais da mulher.
A empresa fica com
19,5% do valor pago pela corrida e o resto é para a motorista. Assim
como o Uber, a profissional pode escolher o seu horário de trabalho e
não há contrato de exclusividade, podendo trabalhar, ao mesmo tempo, para outras empresas do segmento.
Até
o final do ano, as sócias querem chegar a mais de 10 mil motoristas no
sistema. Além disso, pretendem expandir o serviço para outras cidades do
país, já que hoje só atuam em São Paulo (SP).
Fonte:PEGN
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