Ela ajudou vítimas do tsunami e abriu rede de comida tailandesa no Brasil
Foto de divulgação |
A chef de cozinha paulistana Mill Dellatore, 30, era ainda uma
estudante de gastronomia na Austrália quando o tsunami atingiu a
Tailândia, em 2004. Ela era voluntária da Cruz Vermelha e, menos de dois
dias depois da tragédia, chegou ao país para prestar socorro às
vítimas...
Apaixonou-se pelas pessoas, pela cultura e pela gastronomia
local, tanto que, dez anos depois, fundou uma rede de comida tailandesa
no Brasil, a Khea Thai.
"A gente não vende gafanhoto nem barata.
A culinária tailandesa tem carne vermelha, frango e temperos parecidos
com os usados no Brasil, como leite de coco, coentro e pimenta", diz
Dellatore.
O restaurante foi inaugurado em 2014, em São José do
Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo). A franquia custa a partir de
R$ 139 mil para o modelo express, que atende apenas delivery. O valor
inclui custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro.
Para um restaurante com salão, o investimento é a partir de R$ 190 mil. O
faturamento médio mensal é de R$ 79 mil, com lucro de 18% a 25%, ou
seja, de R$ 14,2 mil a R$ 19,7 mil. O retorno do investimento se dá a
partir de 12 meses. Os dados foram fornecidos pela empresa.
A meta é expandir pelas capitais e por cidades turísticas que não
tenham restaurantes tailandeses. Shopping centers e food trucks também
estão nos planos da empresa. O food truck está sendo testado também em
São José do Rio Preto.
Quer chegar a 25 unidades em 2017
O planejamento inicial previa 15 unidades até o final de 2017, mas,
devido à alta procura, pretende chegar a 25, segundo Dellatore. Ela tem
como sócia a amiga jornalista Malu Pontes, 39. Vem daí o nome do
restaurante: Khea Thai significa "tailandês delas".
O restaurante é à la carte e o público-alvo são as classes AB. Os pratos têm preço médio de R$ 50.
"Na Austrália, há um restaurante tailandês em cada esquina,
praticamente. Já morei na Europa e nos EUA, onde a cozinha tailandesa
também faz sucesso. Na volta para o Brasil, vi que esse nicho era mal
explorado aqui. Foram dois anos de pesquisa antes de inaugurar",
declara.
Além do restaurante e do food truck, ela também fornece alimentos para eventos como formaturas, casamentos e jantares.
Negócio tem potencial em locais onde há público
Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi
Ancona, o negócio tem potencial. "Os brasileiros estão viajando mais e
mais abertos à cultura e à gastronomia internacional."
A margem de lucro de 18% a 25% do
faturamento é elevada para o segmento de alimentação, segundo a
consultora. "A média é de 10% a 15%, principalmente agora, em período de
crise."
O local onde a franquia será instalada é outro ponto
que merece atenção. "Não é porque não tem concorrência que o negócio
dará certo. Às vezes, não existe um restaurante tailandês no local
porque não há demanda, as pessoas não se interessam ou o nicho é pequeno
para sustentar a operação."
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