Frete de e-commerce vai subir 30% com fim do e-Sedex
Foto de divulgação |
Usado por pequenos e médios e-commerces desde que foi criado, há 16
anos, o serviço utiliza a mesma estrutura de entregas expressas comuns...
Apesar de os comentários sobre o fim do e-Sedex circularem
há mais de um ano, a notícia, anunciada nesta semana, de que os
Correios vão extinguir o serviço a partir de 1º de janeiro pegou o
e-commerce de surpresa. O e-Sedex é considerado a principal alternativa
para entrega rápida de encomendas no varejo online.
Usado por
pequenos e médios e-commerces desde que foi criado, há 16 anos, o
serviço utiliza a mesma estrutura de entregas expressas comuns, mas
custa entre 20% e 30% menos do que o Sedex tradicional. Os grandes
varejistas, por fazerem um grande volume de entregas diárias, costumam
contratar empresas privadas de entregas.
"Recebemos o anúncio como
uma notícia muito ruim", disse o presidente da Associação Brasileira de
Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador. "Trará um aumento de
preços imediato no frete e uma redução da qualidade. Quem vai pagar essa
conta com os varejistas será o consumidor final."
Para Leandro
Bassoi, diretor de logística do Mercado Livre, a medida deve levar a uma
concentração de mercado, reduzindo o espaço dos pequenos sites. "Hoje,
sem uma média de cem entregas por dia, você não consegue ter acesso a
uma transportadora privada. O fim do e-Sedex prejudica muito os pequenos
e médios empreendedores.
"Sem fôlego
Procurados, os Correios não comentaram o fim do serviço. Fontes de mercado, no entanto, afirmam que a estratégia é parte do plano para reverter os prejuízos da estatal, que devem ser de R$ 2 bilhões neste ano; em 2015, as perdas foram de R$ 2,1 bilhões.
Segundo estimativas da ABComm, o preço do
frete representa de 6% a 12% do valor pago de um produto adquirido pela
web. Quanto menor é a loja virtual, maior o peso do custo da entrega.
Sem volume para negociar o frete com transportadoras, o preço pago pelos
pequenos empresários é parecido com o cobrado das pessoas físicas.
Há
quem defenda, porém, que a baixa participação das empresas privadas de
transporte - elas são 35 mil apenas em São Paulo - no e-commerce reflete
uma vantagem competitiva dos Correios que prejudica o restante do
setor.
"Os Correios têm o monopólio para entrega de cartas e
correspondências. Mas fazem uma interpretação jurídica disso para
avançar também sobre as entregas expressas", disse Paulo Furquim,
coordenador do Centro de Estratégia e Pesquisas do Insper.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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