A super-heroína Mulher-Maravilha foi escolhida pelas Nações Unidas como
sua embaixadora honorária para "o empoderamento de mulheres e meninas".
Apesar da popularidade desse personagem, um dos ícones dos quadrinhos
americanos, o anúncio foi recebido com algum azedume durante a
quinta-feira (13)... O jornal americano "New York Times", por exemplo, traçou um paralelo
entre a escolha da Mulher-Maravilha para "mascote" enquanto a ONU nomeou
o ex-premiê português António Guterres para ser seu secretário-geral.
Guterres irá substituir o atual líder Ban Ki-moon por um mandato de
cinco anos.
A candidatura de Guterres derrotou sete mulheres para a liderança da
organização justamente quando há apelo por uma chefia feminina.
Para seus críticos, a ONU deveria dar o exemplo na luta pela igualdade
de gêneros. Essa é, aliás, uma das missões para o mandato futuro do
ex-premiê português.
O combate em nome das "mulheres e meninas" é necessário também dentro
desse próprio organismo.
A ONU é alvo, por exemplo, de acusações de abuso sexual cometido por
membros de suas missões de paz.
Há também críticas à baixa participação
de mulheres no alto escalão da organização.
A tarefa coube, por ora, a um personagem de revistinhas que completa
agora seus 75 anos de idade, mais velha portanto do que as próprias
Nações Unidas.
Enquanto Guterres se une ao clube de Ban Ki-moon, Kofi Annan e Boutros
Boutros-Ghali, a Mulher-Maravilha será parte do time de embaixadores
rabiscados que já contou com o Ursinho Pooh e a Sininho do Peter Pan.
Sua imagem será utilizada nas redes sociais em mensagens de igualdade de
gênero.
GUERREIRA
A amazona Diana, identidade da Mulher-Maravilha, é um dos principais
personagens da DC Comics, a editora que publica também os gibis do
Batman e do Superman. Ela ganhará seu próprio filme em 2017, uma das
apostas do mercado de ação.
A personagem criada por William Moulton Marston é uma guerreira que,
entre outros poderes, empunha um laço da verdade. Com a guinada no
universo DC trazida por George Pérez nos anos 1980, a guerreira
tornou-se embaixadora das amazonas no mundo dos homens.
Ela passou, dessa maneira, a representar não apenas a força mas também a
importância do diálogo e da negociação, caros à ONU.
O mercado das histórias em quadrinhos tem se aproximado das mulheres nos
últimos anos com diversas estratégias, incluindo a recente ação
conjunta com a ONU.
O anúncio da promoção da Mulher-Maravilha foi feito dias após a Marvel,
editora rival da DC, publicar uma história em quadrinhos sobre uma mãe
na cidade síria de Madaya, cercada pelo Exército sírio há mais de um
ano.
A iniciativa da Marvel, porém, foi bem-recebida ao dar voz a uma vítima
anônima da guerra na Síria, que já deixou quase 500 mil mortos desde
março de 2011.
Fonte: Folha de São Paulo
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