Cada vez mais as mulheres rompem barreiras e conquistam espaço em todas
as áreas, em especial no mercado de trabalho. Com o segmento de
corretagem imobiliária não poderia ser diferente, estimando-se que a
participação feminina numa profissão que até bem pouco tempo era
dominada pelos homens seja hoje superior a 40%...
Mas a presença cada vez maior das
mulheres não se restringe ao exercício da profissão: elas também, embora
com intensidade ainda muito pequena, vem atuando de maneira crescente
em entidades voltadas à defesa da categoria. A Fenaci e os sindicatos a
ela filiados são a prova disso.
“Não tenho dados estatísticos, mas
acredito que a participação da mulher no mercado imobiliário esteja
beirando os 50%. É um crescimento muito grande, por isso acho que hoje,
na área de corretagem imobiliária, homens e mulheres dividem meio a meio
o mercado.”
Quem faz tal afirmação tem plena autoridade para tanto. Estamos falando de Marly da Silveira Ferreira,
corretora de imóveis desde 1976, e primeira mulher a assumir a
presidência do pioneiríssimo Sindicato dos Corretores de Imóveis do
Município do Rio de Janeiro. Fundado há 78 anos, o sindicato carioca
surgiu antes da regulamentação da profissão de corretor de imóveis e
teve presença fundamental na criação de outras entidades, como os
Creci’s, o Cofeci e a Fenaci.
DIFICULDADES NO COMEÇO –
Para Marly, hoje praticamente não há mais preconceito contra a mulher
corretora de imóveis, mas quando ela iniciou existia e muito.
“Atualmente, as mulheres são muito solicitadas e valorizadas pelo
mercado. Na época em que eu comecei na corretagem, em 1976, sim, tinha
muita discriminação. O número de mulheres era muito pequeno e foi uma
luta muito grande. O próprio estande de venda é um exemplo. Não havia
nele banheiro feminino. Mas, graças a Deus, de lá para cá as coisas têm
mudado muito e acho que não existem mais tantos problemas nesse
sentido.”
Marly participa da gestão do sindicato
municipal do Rio de Janeiro desde 1985. “Ocupei cargos na diretoria, no
conselho fiscal, mas só fui para a presidência em 2013, sendo a primeira
mulher a assumir essa função em 78 anos de história do sindicato. Estou
em meu primeiro mandato”, conta Marly, aproveitando a ocasião para
“mandar um grande abraço a todas as companheiras corretoras de imóveis,
as funcionárias das nossas entidades, enfim todas as mulheres, pelo
nosso dia que será celebrado neste domingo, 8 de março”.
ASCENÇÃO MERECIDA – A baiana Eliene de Freitas Sousa
é outra mulher com atuação marcante nos meios sindicais da categoria.
Em seu segundo mandato como presidente do Sindimóveis-BA e exercendo
pela primeira vez a 2ª vice-presidência da Fenaci, Eliene vê a posição
ocupada atualmente pela mulher no setor de imóveis como resultado como
fruto de empenho e dedicação:
“A corretora de Imóveis ascendeu
merecidamente no mercado imobiliário. Hoje visualizamos o respeito na
área e nos cargos das empresas, além de muitas serem empresárias. A
qualificação levou muitas a crescerem e se destacarem. Hoje já são seis
dirigentes dos sindicatos da categoria. No futuro esperamos vê-las
diretoras e presidentes dos Conselhos e fazendo parte de órgãos
conhecidos como machistas”, elogia Eliene, fazendo coro com outra
personalidade feminina da Bahia que atua conjuntamente com os
profissionais do setor imobiliário, a tabeliã Ivanise Varela:
Apesar da escolaridade e da crescente
participação na sociedade, segundo ela, as mulheres ainda são vítimas de
preconceito no trabalho, “mesmo que muitas vezes velado”. Por isso,
conclama Lucimar, “as mulheres precisam lutar para conseguir espaço
dentro das entidades, a fim de passar uma visão diferenciada sobre o
sexo feminino”.
1ª PRESIDENTE DO SINDIMÓVEIS-ES – Primeira mulher a presidir o Sindimóveis do Espírito Santo, nos seus mais de 40 anos de existência, Maria Elizabeth de Oliveira
tomou posse pensando principalmente em unir a categoria, que no Estado
tem pouco mais que 8 mil profissionais, sendo cerca de 1,5 mil na
capital, Vitória.
“Quero uma diretoria participativa e
comprometida com a categoria. Constituir uma classe unida, onde o
objetivo comum seja o fortalecimento da categoria. Precisamos
desenvolver atividades visando à proteção, ao bem-estar e à qualificação
dos profissionais corretores de imóveis”, disse ela antes de ser
empossada, em 5 de junho do ano passado.
Em mais uma comemoração do oito de
março, Beth, como é mais conhecida, sugere: “Corretora, no Dia da
Mulher, venda sonhos e alugue realizações. Sensibilidade, empatia,
força, determinação são qualidades que a mulher trás em si para mudar o
ambiente e como corretora de imóveis não poderia ser diferente. Mulher
corretora de imóveis, você faz a diferença.”
APRIMORAMENTO É CHAVE DO SUCESSO – Jane Picanço de Farias Lima
é vice-presidente do Sindimóveis do Amazonas e também integra a
diretoria da Fenaci, ocupando o cargo de vice-presidente da Região
Norte. Ela conta que se iniciou no no ramo imobiliário trabalhando na
área administrativa e financeira.
“Em 1992 recebi um convite para ser
corretora de imóveis. Tirei meu Creci e em seguida fui membro da
diretoria do Creci-AM. Dividida entre trabalho, família e estudo, fui
buscando meu espaço e, em 2009, assumi a presidência do Sindimóveis-AM,
além de uma secretaria na União Geral dos Trabalhadores (UGT-AM), na
área de política habitacional. Como Corretora e advogada, vejo que o
mercado imobiliário tem um espaço reservado para as mulheres por
exprimirem responsabilidade, comprometimento e disponibilidade para
novos desafios”, avalia Jane.
ara Jane, a profissão de corretora de
imóveis requer muito empenho e constante aprimoramento: “Como toda
profissão, ser corretora de imóveis, do Oiapoque ao Chuí, não é uma
tarefa fácil em razão da oscilação do mercado, que exige cada vez mais
um profissional qualificado, com conhecimento do produto que trabalha,
bem como de tudo que envolve o mercado imobiliário e financeiro. O
sucesso profissional depende dos objetivos traçados para si, agregado ao
conhecimento. Ler, estudar, qualificar-se: essa é a chave do sucesso”,
aconselha.
O portal da Fenaci encerra esse post
especial em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, com uma
mensagem da presidente do Sindimóveis do Ceará, Cristina Chaul:
A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO PROFISSIONAL
Ao longo dos meus 33 anos de vida
como esposa e mãe, nunca deixei de exercer o meu lado profissional.
Aprendi a conciliá-lo com minha família, estando presente na educação
das minhas filhas e ao lado de meu marido.
Trabalhei em várias atividades. Há
mais de 15 anos, atuo como advogada e corretora de imóveis. Optei por
estas duas atividades pela coerência em trabalhar com ética e por amar a
liberdade profissional que me possibilitavam. Consegui observar que as
duas atividades se completavam: enquanto o Direito quando defende os
direitos imobiliários de meus clientes, ser corretora me permitia
exercer atividades na administração e vendas de imóveis.
Atualmente,
a maior preocupação profissional é saber otimizar o tempo do trabalho.
Conseguir exercer atividades compatíveis e conquistar novas
oportunidades, oferecendo o que há de melhor à clientela que se
fideliza.
Para nós mulheres profissionais da
área de negociações imobiliárias, o exercício desta profissão nos
possibilita conciliar a vida profissional com a vida familiar por
podermos organizar nossos horários. Podemos fazer de determinado espaço
em nossa casa o nosso escritório e utilizar o telefone residencial ou
celular e nosso computador ou notebook para iniciar o nosso negócio.
Negócio muito lucrativo e extremamente empolgante, que nos permite
ganhar novos horizontes em nossas vidas.
Sabemos que, mesmo nos dias de hoje,
nós mulheres, enfrentamos grandes dificuldades em diversas profissões,
por discriminação e preconceito. Sentimo-nos, em muitas situações,
obrigadas a desenvolver nossos trabalhos de uma maneira que superem as
atividades masculinas, na busca de um melhor reconhecimento no mercado.
Deparamo-nos diariamente com
diversos obstáculos que dificultam nossa presença nos cargos efetivos e
nos cargos políticos conceituados. Nós mulheres somos atualmente 49%
(quarenta e nove por cento) do mercado ativo. O crescimento da
participação feminina no mercado de trabalho brasileiro foi uma das mais
marcantes transformações ocorridas no país nos últimos quarenta anos.
As profundas transformações nos
padrões de comportamento e nos valores relativos ao papel social da
mulher foram intensificadas pelo impacto dos movimentos feministas e
pela presença feminina cada vez mais atuante nos espaços públicos.
A formação do movimento feminino
pela anistia fez crescer a influência do movimento na sociedade.
Comemorações do dia 8 de março surgiram em várias capitais, juntamente a
vários grupos feministas. Desenvolveu-se, nesse mesmo momento, a
participação das mulheres nos diferentes movimentos sociais. E assim, a
partir do ano de 1979, começaram a serem organizados encontros,
palestras, seminários e congressos femininos, com objetivos de discutir o
papel da mulher na sociedade e seus direitos.
Nos anos 1980, surge no País uma
consciência mais ampla sobre a discriminação das mulheres. Organizações
de mulheres vinculadas ao movimento popular aumentam, buscando ampliar
os horizontes da participação da mulher socialmente.
Nos grandes centros, onde a atuação
do movimento feminista era maior, as organizações de mulheres
desenvolveram-se com mais facilidade. Abriram-se discussões sobre
sexualidade, violência contra a mulher e seu papel familiar.
Observamos muitas mudanças nesse
período. Novas leis entraram em vigência para nossa proteção, como, a
Lei Maria da Penha, conscientizando as mulheres e a sociedade em dar um
basta à violência praticada contra mulher.
Luto pela igualdade das mulheres nas
mais diversas áreas, especialmente nas profissões que exerço, como
corretora de imóveis, advogada e nas entidades de classes.
Nós, mulheres, devemos ser leves,
bonitas e bem produzidas. Mas temos que aprender também a sermos firmes
em nossas decisões e determinadas nas negociações.
Porque somente nós somos responsáveis pelo nosso crescimento pessoal, profissional, familiar e cristão.
Fonte: FENACI
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