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O mercado doméstico seguiu o mau humor global pela manhã, e o Ibovespa
chegou a perder mais de 1% no início da sessão, enquanto o dólar avançou
para o patamar de R$ 3,22. À tarde, porém, o principal índice da Bolsa
inverteu o sinal e fechou em leve alta enquanto a moeda americana caiu
para a casa dos R$ 3,18, na menor cotação em dois meses.
Segundo analistas, o peso sobre os mercados diminuiu depois que os
preços do petróleo, que estavam caindo, mudaram de direção e começaram a
subir. O motivo para a recuperação da commodity foi a queda nos
estoques de derivados nos EUA na semana passada, apesar da alta dos
estoques de petróleo bruto.
Os profissionais também ressaltam que permanece o otimismo dos
investidores em relação à recuperação da economia brasileira, com o
governo Temer demonstrando força para aprovar as medidas do ajuste
fiscal.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial fechou em baixa de 0,59%, a R$ 3,1820. É a menor
cotação desde 11 de agosto deste ano (R$ 3,1410).
A moeda americana à
vista, que encerra as negociações mais cedo, subiu 0,04%, a R$ 3,1966.
"O que houve pela manhã foi um ajuste técnico após o feriado de ontem no
Brasil, somado aos dados ruins da China e às apostas de alta dos juros
nos EUA neste ano", afirma Jefferson Rugik, diretor de câmbio da
Correparti Corretora.
"Entretanto, à tarde, o dólar foi perdendo força ante o real com a
melhora do petróleo e também por causa do fluxo positivo para o país",
acrescenta Rugik, ressaltando que predomina o otimismo dos investidores
em relação à recuperação da economia brasileira, especialmente após a
aprovação da chamada PEC do Teto em primeiro turno na Câmara.
Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil
contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de
dólares, no montante de US$ 250 milhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu
de 13,659% para 13,641%, e o contrato de DI para janeiro de 2018 recuou
de 12,000% para 11,970%. O contrato de DI para janeiro de 2021 ficou
estável em 11,270%.
O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, outro indicador de
percepção de risco, caía 0,84%, aos 263,444 pontos.
BOLSA
Em dia de vencimento de opções sobre índice, que influenciou os
negócios, o Ibovespa fechou em alta de 0,15%, aos 61.118,58 pontos,
descolando-se da Bolsa de Nova York, que caiu. O giro financeiro foi de
R$ 21,6 bilhões.
O exercício de opções sobre o Ibovespa movimentou R$ 5,30 bilhões.
As ações da Petrobras subiram 2,40%, a R$ 15,76 (PN), e 2,45%, a R$
17,50 (ON), ajudadas pelo avanço do petróleo no mercado internacional.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 1,13%; Bradesco PN, +0,13%;
Bradesco ON, +0,16%; Banco do Brasil ON, +1,72%; Santander unit,
+4,05%; e BM&FBovespa ON, +0,57%.
Os papéis da Vale e de siderúrgicas foram os mais afetados pelos dados
fracos da balança comercial chinesa, seu principal mercado.
Vale PNA
perdeu 2,81%, a R$ 16,22, enquanto a ON caiu 4,56%, a R$ 17,75,
acompanhando ainda a queda do minério de ferro na China e o desempenho
de outras mineradoras na Europa.
As exportações chinesas recuaram 10% em setembro em relação ao mesmo mês
de 2015, na maior queda desde fevereiro e acima das expectativas de
analistas consultados pela Bloomberg, que previam queda de 3,3%.
Após subirem 1,5% em agosto, as importações chinesas recuaram 1,9%,
enquanto a mediana das projeções de analistas era de uma alta de 0,6%.
"Além do dado chinês, dúvidas sobre o 'timing' do início de alta de
juros nos EUA após a divulgação da ata do Fed [Federal Reserve, o banco
central americano] também trouxeram cautela aos mercados", destaca a
equipe de análise da corretora Rico, em relatório.
A ata da última reunião do Fed, divulgada na tarde desta quarta-feira
(12) evidenciou que os membros do comitê de política monetária estão
divididos quanto ao momento da elevação dos juros. De qualquer forma, as
apostas do mercado de uma alta em dezembro se mantêm, uma vez que
vários dirigentes indicaram ser apropriado que isso ocorra em breve.
Entre as siderúrgicas, Usiminas PNA cedeu 4,31%; CSN ON caiu 3,13%; e
Gerdau PN, -1,47%.
EXTERIOR
Em Nova York, o índice S&P 500 encerrou a sessão em queda de 0,31%; o
Dow Jones recuou 0,25%; e o índice da Bolsa eletrônica Nasdaq, -0,49%.
Na Europa, a Bolsa de Londres terminou em baixa de 0,66%; Paris, -1,06%;
Frankfurt, -1,04%; Madri, -0,90%; e Milão, -1,22%.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em
Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,08%, apesar dos dados da balança
comercial. O índice de Xangai subiu 0,09%.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,39%, a 16.774 pontos.
Folha de São Paulo
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